sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Arte de observar sem julgar!!!!

Por Jéferson Roz

Observar é um ato genioso de quem escreve. Neste semestre estamos saindo do gatinhar em relação à redação e ousando um pouco sobre textos jornalísticos.
Na disciplina de Língua Portuguesa e Redação com a dedicação da Professora Cecília começa a despertar olhar como jornalista para relatar personagens ou historias a ser contada.
Lembrei de um filme que assisti antes mesmo de pensar em ser Jornalista. Foi de grande importância para frear meu ego sobre assédio das pessoas em relação ao profissional. O filme se chama Crime Delicado e fala de um jornalista crítico de jornal (Marcos Ricca) que sai pelas noites Paulistana em busca de personagens. Ele se acha o sabe tudo e a lição para ele é dura. Paro por aqui, pois não vou contar o filme inteiro, para que fique ai pensando por que?
Comecei a escrever e postar as matérias neste blog, as quais não foram publicadas na revista que sou free-lance. Porém fatos e lembranças que fizeram parte da minha vida. Acredito na importância delas e assim compartilho, para que outros se aproximem em dialogo virtual ou não, sem julgamento.
Por meio do olhar e escrita, procuro relatar experiências sem julgar, porém todo cuidado é pouco, na hora de opinar cautela é sempre bom, apesar de que reflexão é importante em decisões. Todos temos olhares diferentes e determinados, às vezes, mesmo não sendo jornalista acabam informando e o filme foi pra mim um puxam de orelha no repensar, pois liberdade de expressão tem limites. Caso ache que sabia tudo, repense e comece tudo de novo.
Nesse espírito de prudência e atenção com relatos escritos, descobrindo a magia da crônica e textos jornalísticos; sem viajar na maionese fiz um texto conforme solicitou a Professora que surgiu em alguns minutos:
Motorista
Quase dez minutos na espera do 273 G-Jd Helena, no terminal de ônibus da Estação Metrô Arthur Alvim, depois de sair atrasado de casa. Chega a condução que levará até o meu destino.
Ao observar, mesmo com o pára-brisa do ônibus meio fume, ele que não perde tempo parado com as conversas de terminal, mas durante o trajeto fala com todos sem parar. Moreno, obeso, de camisa azul aberta até perto do umbigo e toca preta na cabeça apesar de que a temperatura do dia estava agradável perto dos 27º, apresenta idade média 45 anos, sendo ele motorista do ônibus.
Desce pela porta da frente e ali mesmo começa cumprimentar a todos com aperto de mãos e piadas de cunho pejorativo aos companheiros da mesma empresa que trabalha. Ajudou dois senhores a descerem pela porta da frente e pediu que todos ali presentes no ponto subissem. Um por um, ele cumprimenta com sorriso aberto e postando um positivo com o polegar, vestido com luva preta de couro meio dedo.
Depois de todos dentro do veículo, senta no local reservado que ele domina, sai em direção a avenida principalmente do terminal, porém quando chega na esquina, ele expressa sua indignação pelo trânsito que ninguém naquele momento poderia explicar.
Após percorrer em ritmo lento, o veículo com capacidade de 44 sentados, dois para deficientes físicos e mais tantos de pé que não era o caso daquele momento, astuto virou a primeira rua à direita que podia entrar e fez um caminho totalmente fora do percurso.
Todos passageiros do ônibus ergueram suas cabeças para entender o que ele estava fazendo. Vira direita, desce a rua, no final dela, à esquerda e nos estamos na avenida principal sem transito, onde na mesma avenida atrás estava tudo parado, sem saber por que? Ele ri, olha no retrovisor central em direção aos passageiros e acelerando, brinca com seu jeito moleque e questionando a todos sobre sua astúcia.

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